quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Souvenirs

"C’est toi qui me manque
Toujours, toutefois distant
Marchant très elegante et hautaine
C’est le parfum de sa fleur rouge
Qui travers les parois de la maison
Et m’envahit brusquement au printemps

Sont toutes les chansons d’amour
Celles que je ne peux pas oublier
Lesquelles m’habitent complètement la mémoire
Faisant accélerer mon coeur très vite et heureux

Les jours ne sont pas suffisant pour imaginer
Ou même pour écouter sur le silence de la rue
Où tu avait l’habitude de passer
Les môts fidèles, celles-là que je vois

Elles sont chaque fois plus loin et incroyants
Assez loin pour avoir sur les mains
Comme le sang, comme la preuve
De notre crime passioné

C’est mon sourire qui a disparu dans la nuit
Comme les étoiles dans les nuages foncées
Quand tu es parti au monde sans piété
Sans au moins m’envoyer un signal d’adieu

C'est pourquoi j'écris 
Les souvenirs du passé,
Les bonheurs qui nous avons partagé ensemble
Et c’est sûr qu’elles sont morts en notre intérieur
Comme les fleurs dans le jardin abandoné
Mais aussi longtemps je pouvoir me rappeler
Je me refuserai à les enterrer."

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A sós

"Deixa eu admirar você assim
Devagarinho, sem culpa
Deixa eu descansar meus olhos
Na paz que emana dos teus

Deixa que a calmaria da noite nos leve
Rumo a uma aventura breve
Pra onde teus lábios encontrem os meus
Ainda quentes sussurrando em mil tons
Repetidas vezes o teu nome

Já faz tanto tempo
Confesso que não me lembro mais
De tantas palavras desperdiçadas em vão
Tentando montar o mesmo quebra-cabeça sem fim
Buscando razões absurdas a cada novo gesto

Deixa o passado pra depois, eu lhe peço
Pois saudade nunca faltará a nós dois
Eu quero lhe mostrar o inverso do óbvio
O impensável universo de possibilidades 
Que teríamos se ficássemos a sós."

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Relato de um poeta aposentado

"Existem maneiras distintas de fazer poesia
Há poetas caprichosos que buscam o reconhecimento
Há poetas tristes que escrevem por absoluta falta de opção
E outros, menos tristes, sonhando utópicos em suas cadeiras
Com o sentido das coisas e o rumo da vida."

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Os atravessadores

"Têm dias em que encontro pontos em mim
Um exército de pequenos atravessadores
Terminando, terminando, terminando
Sempre proclamando um fim."

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O Monstro e a memória

"Que as noites mal dormidas me deem forças
E alimentem o meu ódio contra o monstro de mil braços
Escondido em profundezas inatingíveis
Entre pilhas de papeis inúteis, que nada dizem
Letra morta de uma tal democracia utópica
Da qual se alimenta e sobre a qual se ergue
Sustentado por grotescas mentiras
Absurdos de um passado intransponível

Que a cada lacrimejar de olhos exaustos
E por todos os suspiros desesperançosos
Mil vozes se ergam enlouquecidas
Com ódio, apressadas, impiedosas
Que cabeças rolem
E o sangue podre dos injustos tinja as calçadas
Como premonição dos novos tempos
Que mil vozes roucas os aflijam

Façamos com que nos escutem
Trabalhemos para que nos temam
Ao ouvir o soar dos tambores
Cacemos sem trégua o monstro
Que insaciável nos consome
Subjugando a todos os homens
Cego ao nosso clamor desesperado

Que mil noites mal dormidas nos fortaleçam
Se for essa a única saída
Façamos delas nossas armas
A energia vital que nos falta à luta

Flores crescerão nos jardins da velha república
Cheias de ódio, fedendo a enxofre
Árvores darão frutos podres e odiosos também
Não haverá mais amor nem esconderijo possível
Aos que atravessarem o caminho da liberdade

Sobre estes passaremos felizes
Dançando sobre seus cadáveres ridículos
Envoltos em ternos e sapatos importados
Passaremos cantando a doce canção
Que se ouvia nas noites de medo
Do fundo dos velhos bunkers
E seguiremos rumo a um novo tempo
Deixando aos corvos e abutres
A carniça, a vergonha, a escória
A memória que caberá a nós superar."

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Distração

"Uma criança distraída,
Um balão abandonado no ar
Subindo, subindo ao céu tão veloz
Até desaparecer de vista…
Percebo como entristece o pequenino
Compadeço-me,
Entristeço eu também
Não o conheço, mas tanto faz
Não conheço mesmo a mais ninguém
Tão simples e sincero,
Tão merecedor de minha compaixão."

Esquecimento

"Nada será eterno,
Tudo passará e por isso quero que saibas
Antes que as mãos pesadas do tempo
E sua fúria insaciável me alcancem também
Que passei tardes inteiras aflito
Buscando palavras nas profundezas do coração
Desembaralhando ideias confusas,
Sentimentos dispersos em meu peito
Tardes inteiras lutando para não pensar
Na falta que você me faz."