"O tempo se foi,
O som esgotou-se
Cedeu o lar ao silêncio
O café requentado pela manhã
As tardes na varanda lendo o jornal
E o cafuné no cão preguiçoso aos seus pés
Cedeu sonhos não realizados
E promessas nunca cumpridas
Cedeu o ‘eu te amo’ que não disse quando pôde
Quando a única coisa a lhe impedir era então ele mesmo
Cedeu a esmo, sem luta
Não quis resistir
Cedeu com total consciência
E com a displicência que lhe era característica
Viveu sem graça, cedeu sem riso
Morreu sem choro ou último desejo."
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